Embora as propriedades óticas de ampliação e redução de objetos convexos e côncavos transparentes fossem conhecidas desde a Antiguidade, as lentes, tal como as conhecemos, foram introduzidas no Ocidente no final do século XIII. Por essa época, o vidro de qualidade razoável havia-se tornado relativamente barato e nos principais centros de criação de vidro, em Veneza e Florença, as técnicas de alisamento e polimento do vidro tinham atingido um estado elevado de desenvolvimento. Assim, podia-se resolver um dos problemas sociais perenes que o envelhecimento provoca – a deterioração da visão.
As lupas tornaram-se comuns a partir do século XIII, mas estas eram incómodas, especialmente quando se estava a escrever. Por isso, alguns artesãos de Veneza começaram a construir pequenos discos de vidro, convexos em ambos os lados, que podiam ser usados em armações – os óculos. Visto que estes pequenos discos tinham a forma de lentilhas, ficaram conhecidos como “lentilhas de vidro”, ou (do latim) lentes. As primeiras figuras de óculos datam de cerca de 1350, e estes logo se tornaram símbolos da aprendizagem.