Linhas de campo magnético 2D

Um pouco de história

O magnetismo já era conhecido na Antiguidade. Conta-se que, no ano 900 a.C., um pastor grego, chamado Magnus, caminhava numa região da Anatólia, na Ásia Menor, através de um campo de pedras pretas que pareciam querer arrancar os pregos das suas sandálias e a ponta de ferro do seu cajado de pastor. Esta região tornou-se conhecida como Magnésia.

Não é garantida a autenticidade da história do pastor Magnus, mas sabe-se que poucos séculos depois, os gregos já sabiam da existência daquelas pedras pretas, a que chamaram «pedras magnéticas» (que tinham a capacidade de atrair o ferro). O mineral constituinte dessas pedras, atualmente denominadas ímanes ou magnetes naturais, chama-se magnetite (Fe3O4). De acordo com o que Lucretius Carus escreveu em De Rerum Natura, este mineral teve de facto a sua origem na região dos «Magnetes», que eram os habitantes de Magnésia.

Vários filósofos gregos e romanos, nomeadamente o grego Tales de Mileto (640-546 a.C.), o grego Anaxágoras (500-430 a.C.) e o romano Lucretius Carus (99-55 a.C.), explicaram o poder atrativo dos magnetes, ou ímanes, atribuindo-lhes uma alma ou uma origem interior de movimento, ou, alternativamente, uma emanação que passava através dos poros do ferro atraído, de modo que o ferro era puxado contra o magnete e aí ficava fixado. Curiosamente, essa alma ou emanação a modos que existe de facto: é o que hoje se designa por fluxo magnético.

O primeiro tratado, “De Magnete” datado de 1600 foi escrito por Gilbert, considerado o “Pai do Magnetismo”. Foi o primeiro a prever que a Terra era um grande magnete. A primeira teoria publicada por Descartes eliminou a ideia de “efluvia” (emanações) e passou a atribuir o magnetismo a “partes enroscadas” que penetram em “canais” existentes nos magnetes e na Terra, indo de um polo a outro (daí o conceito de polos magnéticos).

Figura 1
Figura 1 - Modelo de Descartes para o magnetismo terrestre.

Material

  • Limalha de ferro
  • Um par de ímanes (retangulares)
  • Folhas de papel branco
  • Frasco de vidro
  • Plástico transparente
  • Palito de madeira (do tipo "espetada")
  • Elástico
  • Bússola (opcional)
Figura 2
Figura 2 - Material do kit.

Montagem

Introduzir a limalha de ferro no frasco e envolver a abertura deste com o plástico, que se pode fixar usando o elástico. Com o palito perfura-se levemente o plástico e constrói-se, assim, um “pulverizador”. A bússola pode ser usada ao longo da atividade para tornar visível o campo magnético, à medida que a sua agulha se alinha com as linhas de força.

Figura 3
Figura 3 - Construção do "pulverizador".